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Cineclube CDCC – Programação de Outubro
7 07America/Sao_Paulo outubro 07America/Sao_Paulo 2017 às20:00 - 28 28America/Sao_Paulo outubro 28America/Sao_Paulo 2017 às22:00

Divulgada a programação do mês de outubro do Cineclube do CDCC! As sessões ocorrem aos sábados (com exceção ao dia 14/10), às 20h. O cineclube se encontra na Rua Nove de Julho, nº 1227. Venha discutir cinema com a gente!
DIA 07/10
“UMA LIÇÃO DE AMOR” (En Lektion i Kärlek, Suécia, 1954, Romance, 91 minutos)
Direção: Ingmar Bergman
Elenco: Gunnar Björnstrand, Eva Dahlbeck, Harriet Andersson
Marianne e David Erneman têm um casamento de 15 anos em ruínas. Como ginecologista, pela alta posição de privilégio, David, um atraente homem de meia idade, acaba conhecendo várias pacientes com as quais eventualmente desenvolve um relacionamento. Nix, a filha do casal, revela ao pai que sua mãe decidiu embarcar em um trem para Copenhagen a fim de rever um antigo amor, Carl-Adam, amigo de longa data dos dois. David, cansado de seus relacionamentos extraconjugais, vai ao encontro da locomotiva com o ímpeto de reconquistá-la. Durante a jornada, juntos recapitulam a trajetória dessa relação.
Uma Lição de Amor é a primeira comédia do workaholic Ingmar Bergman, fugindo do padrão dramático de filmes do cineasta; clássicos como O Sétimo Selo, Quando Duas Mulheres Pecam, Morangos Silvestres e outros trabalhos de uma filmografia com mais de sessenta títulos, sem contar com as peças de teatro, as quais nunca deixaram de ser sua paixão. Entretanto, sua natureza intrinsecamente complexa contribuiu para a densidade e ousadia dos diálogos desta obra, até mesmo contemplando uma personagem, ainda que superficialmente, com dilemas de gênero na metade do século XX. Irônico, o épico romance sueco abusa do humor pastelão com graciosidade; não obstante, aborda questões como a ética, a solidão e o amor, sutil, mas sublime.
Iago Ribeiro Lisboa
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14 ANOS
Tema: Conflito amoroso
Contém: Diálogo adulto
DIA 21/10
“CONCORRÊNCIA DESLEAL” (Concorrenza Sleale, Itália, 2000, Drama, 106 minutos)
Direção: Ettore Scola
Elenco: Diego Abatantuono, Sergio Castellitto, Gerard Depardieu
Umberto Melchiorri e Leone Simeoni são dois comerciantes vizinhos na Roma de 1938. Umberto e sua família, típicos católicos italianos, comandam uma tradicional alfaiataria, enquanto Leone, tão italiano quanto Umberto, mas judeu, é dono de uma loja de roupas prontas e mais baratas. Ambos são rivais, usando de pequenas trapaças para conquistar a clientela do outro. O clima de rivalidade passa para o segundo plano, quando o regime fascista vigente, visando agradar a Alemanha nazista, cria uma série de leis segregacionistas que vão aos poucos marginalizando a população judaica. Em meio a rivalidade e preconceitos surge, então, uma bela amizade entre as duas famílias.
O filme todo se desenrola na rua em que vivem os comerciantes, onde são apresentados vários personagens cômicos, como o cunhado e o irmão de Umberto, o primeiro não gosta de trabalhar e o segundo é um professor antifascista. Também tem destaque o relojoeiro fugido da Alemanha, que vive caçoando do caráter dos italianos.
Com uma dose de ironia, o filme é uma experiência diferente do habitual ao tratar do tema dos regimes totalitários. Certamente, no fim das contas, podemos dizer que se trata de um drama, mas Ettore Scola o preenche com um clima de comédia italiana do início ao fim. Aliás, isso é um dos pontos mais estarrecedores do longa. No início, parece que estamos mesmo vendo uma comédia, mas, com a crescente tensão racial, a qual sentimos sem a necessidade de nenhuma cena de violência ou de campos de trabalho, vamos aos poucos nos dando conta da verdadeira intenção do filme.
Felipe Augusto Hencklain
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS
Tema: Segregação racial
Contém: Baixa tensão
DIA 28/10
“O PIANO” (The Piano, Austrália, 1993, Drama, 121 minutos)
Direção: Jane Campion
Elenco: Holly Hunter, Harvey Keitel, Anna Paquin, Sam Neil
Ada McCrathy vive as dificuldades de ser mãe solteira na Escócia do início do século XIX. Como se não bastasse, Ada é muda. Mas, como ela mesma nos narra no início do filme, “o estranho é que não me sinto muda, por causa do meu piano”. O piano em questão é uma lembrança do pai de sua filha, a esperta Flora. Forçada a se casar com o colonizador Stewart, Ada e sua filha são mandadas para a selvagem terra da Nova Zelândia. O casal não simpatiza logo de cara, mas, para piorar a situação, Stewart se recusa a transportar o piano, que fica abandonado na praia. Um outro colono, o bruto George, decide comprar o piano, com a condição de que Ada o ensine a tocar. A moça vê, então, uma oportunidade de reaver seu bem mais precioso, mas nem imagina que as aulas de piano podem levar a uma intensa relação amorosa.
O Piano já se destaca de cara ao escolher como contexto histórico a era colonial de uma ilha do Pacífico, parte da história normalmente esquecida pelo cinema. A dificuldade cotidiana na terra lamacenta e inexplorada, o convívio com os nativos semi-colonizados e, principalmente, o sentimento de solidão em uma terra tão longínqua formam um ótimo pano de fundo para o enredo.
Holly Hunter, o ponto alto do longa, recebeu, merecidamente, um Oscar por sua performance como a ambígua Ada, uma mãe durona, apegada ao passado, mas ávida pela paixão do presente. Também não se pode deixar de mencionar, é claro, a pequena Anna Pasquin, que por sua incrível atuação como Flora, se tornou, aos onze anos, a segunda pessoa mais jovem a receber um Oscar.
Felipe Augusto Hencklain
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS
Tema: Relação extraconjugal
Contém: Violência, sexo, nudez, carícias e mutilação