Cineclube CDCC – Programação de Julho

Com sessões gratuitas aos sábados, às 20 horas, o Cineclube do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da USP, em São Carlos, promoverá no mês de julho de 2018 o Ciclo: Monstros, a origem do terror.

Um dos gêneros que ganha mais destaque no cinema, sem dúvida, é o chamado horror – ou terror, como preferem alguns. A representação do medo nas telas, no entanto, não era tão explorada pelos primeiros cineastas, que davam mais ênfase ao psicológico que ao visual. A situação se inverteu quando, na década de 1930, os estúdios Universal lançaram uma série de filmes que ficaram conhecidos como “Monstros da Universal”, que exploravam figuras tenebrosas do imaginário popular. Esses filmes, responsáveis pela popularização – e, ousamos dizer, até da existência – do cinema de horror, serão explorados este mês pelo Cineclube, que fará SESSÕES DUPLAS com os maiores clássicos dessa fase.
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DIA 07/07

O FANTASMA DA ÓPERA
Phantom of the Opera, EUA, 1943, Terror, 92 minutos
Direção: Arthur Lubin
Elenco: Susanna Foster, Claude Rains, Nelson Eddy, Edgar Barrier, Jane Farrar
O violinista Erique Claudin toca há muito tempo na famosa Ópera de Paris. Ele é secretamente apaixonado por Christine Dubois, uma cantora substituta, para quem, também em segredo, paga aulas de canto, no intuito de ajudá-la a alcançar seu sonho de ser a estrela da Ópera. Christine, por sua vez, é disputada por Anatole, ator principal da ópera, e pelo policial Raoul, ambos muito mais bem-apessoados que Claudin. A situação se torna crítica para o violinista quando ele é demitido da orquestra por não conseguir mais controlar tão bem suas mãos. Como gasta boa parte do seu salário com as aulas de Christine, Claudin se vê desesperado, e coloca todas as suas esperanças em um concerto em que vinha trabalhando havia anos, mas que é descaradamente roubado por um publicador de músicas. Erique ataca o publicador, matando-o, mas tem seu rosto deformado por ácido durante a briga. Visivelmente louco, o músico se disfarça e passa a habitar os esgotos da Ópera de Paris, onde, por causa de suas aparições misteriosas, se torna conhecido como o Fantasma da Ópera.
O Fantasma da Ópera é um filme que reúne um pouco de tudo, afinal, não é sempre que vemos juntos horror, suspense, romance, um pouco de comédia, além de clássicas cenas de ópera e dança. Poderia ser uma grande extravagância, mas tudo se encaixa muito bem em seu momento certo, e cumpre seu papel em prender a atenção do espectador. Merece destaque também a técnica de coloração usada no filme, a famosa Technicolor, que proporciona cenários grandiosos, realmente dignos dos fabulosos palcos das óperas do século XIX. Essas coisas, no entanto, se tornam secundárias diante do drama vivido por Claudin, um verdadeiro desgraçado, para quem tudo parece dar errado e com quem nada de bom pode acontecer. O resultado é, portanto, um drama por excelência.
Felipe Augusto Hencklain
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14 ANOS
Tema: Loucura
Contém: Violência, tensão atenuada, temática com impropriedade
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DIA 14/07

DRÁCULA
Dracula, EUA, 1931, Terror, 75 minutos
Direção: Tod Browning
Elenco: Bela Lugosi, Helen Chandler, David Manners
Nas montanhas próximas ao castelo de Drácula o povo se prepara para a Walpurgis night – Noite do mal. Nesta noite, costumam trancar as portas e janelas e orar à Virgem, pois acreditam que vampiros deixam seus caixões ao pôr do sol, iniciando uma caçada aos humanos em busca de sangue para se alimentar. O jovem rapaz Renfield, recém-chegado na cidade, ignora as crenças locais e insiste com o grupo de cocheiros para levá-lo a Bargo Pass ainda naquela noite, onde uma carruagem enviada por Conde Drácula o espera. Vencido pela insistência, um dos cocheiros o leva rapidamente. Para protegê-lo, uma das moças da montanha lhe oferece um terço. O Conde recebe o rapaz e lhe dá as orientações para se instalar no castelo. Enquanto tratam de negócios Renfield se corta acidentalmente e Drácula se sente atraído pelo sangue, mas é repelido sutilmente pelo terço que o rapaz carrega. Drácula avisa que partirão para a Inglaterra de navio no dia seguinte, deixando Renfield à vontade para descansar, oferecendo vinho e comida.
Após uma tempestade, o navio é encontrado cheio de cadáveres e o único sobrevivente é Renfield, desorientado e louco por sangue de pequenos animais. O rapaz é então encaminhado ao sanatório, próximo de Londres. Enquanto isso, Drácula faz novas vítimas para saciar sua sede de sangue e os médicos concentram-se para descobrir a causa dessas mortes, já que a única coisa que essas vítimas têm em comum é a presença de duas marcas na região do pescoço.
Quando Renfield diz que agora deseja aranhas, pois são mais gordinhas e possuem mais sangue, os médicos acreditam que ele é a chave para descobrir o que houve no navio, e chegam à conclusão que a causa das mortes é a chegada de vampiros.
Mariana Castro de Souza
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS
Tema: Lenda urbana
Contém: Baixa tensão, conflitos psicológicos atenuados

A MÚMIA
The Mummy, EUA, 1933, Terror, 73 minutos
Direção: Karl Freund
Elenco: Boris Karloff, Zita Johann, David Manners
Em 1921, durante uma expedição de campo no Egito, arqueólogos do Museu Britânico encontram uma múmia com características diferentes daquelas de costume. No caixote encontrado junto a ela há um aviso: “Morte, punição eterna para aquele que abrir esta caixa. Em nome de Amon-Ra, o rei dos deuses”. Para Muller, perito em ciências ocultas, a caixa não deve ser aberta, pois embora a maioria das maldições antigas sejam mais fracas, algumas podem se manter poderosas. Para Joseph e seu jovem parceiro, esta é uma chance de anunciar a maior descoberta de seu trabalho. Acredita-se que ali está o pergaminho de Thoth, que contém a maldição que Isis usou para ressuscitar Osíris. Durante uma discussão entre Muller e Joseph, o jovem arqueólogo abre a caixa, encontrando o pergaminho e trazendo a múmia de volta à vida. Enquanto o jovem arqueólogo morre enlouquecido e risonho, Muller se recusa a retornar para a expedição. Anos depois, ouve-se a história de que a expedição de 1921 encontrou coisas demais.
Frank Whempple e o Professor Pearson lideram uma nova expedição para limpar o local onde a caixa foi aberta. Ardeth Bay, um morador local, entrega à dupla uma valiosa peça que diz ser parte do equipamento funerário da Princesa Anck-es-en-Amon, filha de Amenófis, o Magnífico. Interessados, os líderes da expedição pedem que Bay mostre o local mais provável de se encontrar a tumba da princesa, lacrada 3700 anos atrás. Os objetos ali encontrados são enviados para exposição no Museu do Cairo. Ardeth começa a frequentar o museu e coisas estranhas começam a acontecer.
No desenrolar do filme revela-se uma história de amor e sacrifício, desafiando as crenças, ultrapassando os séculos.
Mariana Castro de Souza
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS
Tema: Crenças religiosas
Contém: Violência leve, baixa tensão
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DIA 21/07

FRANKENSTEIN
Frankenstein, EUA, 1931, Terror, 70 minutos
Direção: James Whale
Elenco: Boris Karloff, Colin Clive, Mae Clarke
Definida como “o esforço para descobrir e aumentar o conhecimento humano de como o Universo funciona”, a ciência natural ou, como costumamos chama-la, a Ciência passou, em apenas alguns séculos, de um mero campo da Filosofia para uma autoridade na sociedade moderna. O avanço científico se mostrou tão eficiente, que logo muitos se perguntaram se haveria limites éticos para ele. É nessa questão que se centra a clássica história de Frankenstein.
Henry Frankenstein é um estudante de medicina da faculdade de Goldsdadt, na Alemanha. O jovem é obcecado pelo objetivo de produzir vida artificialmente, mas como seus experimentos não são bem vistos pela Universidade, ele acaba se exilando em um antigo moinho com o seu assistente corcunda Fritz. O método do Dr. Frankenstein para reproduzir a vida consiste em reunir tecidos mortos e reanimá-los através da eletricidade. Para isso, ele e Fritz roubam partes de cadáveres do cemitério local, as quais eles reúnem em uma cópia grosseira de um ser humano, um verdadeiro monstro. Testemunhado por sua família, Frankenstein realiza seu intento durante uma terrível noite de tempestade, mas o que ele não sabia é que, por um engano, o cérebro usado no monstro pertencia a um perigoso assassino.
Lançado no mesmo ano de Drácula, Frankenstein mostrou a força do gênero do horror no cinema. O filme é baseado em um livro do século anterior escrito por Mary Shelley, mas conseguiu ultrapassá-lo em popularidade, sendo o responsável pelas famosas imagens que temos hoje do cientista maluco e do monstro retalhado com parafusos no pescoço. Algumas cenas são realmente marcantes, como a de Henry, em êxtase e blasfemo, gritando “Está vivo! Está vivo! Agora eu sei o que é ser Deus! ”, ou quando o monstro mata uma menina afogada, situação que choca até mesmo nos filmes modernos, quem diria em um de 1931.
Felipe Augusto Hencklain
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS
Tema: Ética científica
Contém: Violência leve, baixa tensão
A NOIVA DE FRANKENSTEIN
Bride of Frankenstein, EUA, 1935, Terror, 75 minutos
Direção: James Whale
Elenco: Boris Karloff, Elsa Lanchester, Colin Clive, Ernest Thesiger
A escritora britânica Mary Shelley ficou famosa por escrever a história do Dr. Frankenstein e do monstro que ele trouxe a vida. No entanto, em uma noite tempestuosa, reunida com seu marido Percy Shelley e com o grande poeta Lorde Byron, ela relembra os acontecimentos do filme anterior, Frankenstein, revelando que nem o médico e nem o monstro haviam morrido no incêndio do moinho mostrado no final e narra, então, os acontecimentos posteriores.
Satisfeita com o incêndio do moinho, a população de Goldsdadt, na Alemanha, se dispersa e leva o Dr. Frankenstein debilitado, mas vivo, para sua esposa. O que eles não notam é que o monstro também sobreviveu, e depois de fazer mais duas vítimas, foge para a floresta. Lá, ele persegue uma jovem pastora, que o delata com seus gritos a alguns caçadores, que logo se dão conta de que a criatura está mesmo viva e a capturam. Ele, no entanto, consegue fugir, e é atraído para uma cabana isolada na floresta de onde vem o som de um violino. O violinista é um cego, que por isso acolhe o monstro sem se assustar com a sua aparência, e com o tempo lhe ensina algumas palavras e boas maneiras. Enquanto isso, o Dr. Henry Frankenstein recebe a visita do sombrio Dr. Pretorius, que revela que através da magia conseguiu, também, criar seres inteligentes, miniaturas de seres humanos e tenta convencer Henry a criar uma companheira para a sua criatura.
Se no filme anterior a problemática residia em como um cientista ultrapassou os limites da ciência para criar um ser do mal, nesta sequência vemos o monstro ganhar consciência e humanidade, e o problema passa a ser a população que não o aceita por causa de sua aparência e modo de agir. Nos é recontada a história de como os rejeitados pela sociedade – neste caso, o cego – são muito mais capazes de empatia do que aqueles considerados normais. O filme é coroado pela atuação de Boris Karloff, no papel do monstro, que soube muito bem fazer a transferência do maléfico para o inocente, um ser perturbado por ter sido trazido a um mundo que o odeia.
Felipe Augusto Hencklain
LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS
Tema: Conflito social
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DIA 28/07

O LOBISOMEM
The Wolf Man, EUA, 1941, Terror, 70 minutos
Direção: George Waggner
Elenco: Claude Rains, Warren William, Lon Chaney Jr.
Uma aldeia próxima ao Castelo Talbot relata experiências com uma criatura sobrenatural: um homem que assume características de lobo e ataca pessoas. Segundo essa “lenda”, um lobisomem pode ser identificado por um símbolo de pentagrama na pele.
Após a morte de seu irmão John, Larry Talbot parte para visitar o pai, um renomado pesquisador da astronomia. Ao manusear a nova luneta do pai, Larry repara em uma bonita moça, Gwen Conliffe, que trabalha em um antiquário. Com a intenção de se aproximar dela, o rapaz compra um castão com o desenho de um lobo com pentagrama. Curioso com os símbolos, aproveita a oportunidade para conversar com Gwen, que lhe conta a lenda do lobisomem.
Um grupo de ciganos videntes marca o início do outono na cidade e Larry aproveita para convidar Gwen para sair. Esperta e ciente das intenções do rapaz, Gwen chama a amiga Jenny para lhes fazer companhia. O trio segue para o grupo de videntes a fim de ler a sorte e no caminho encontram a planta mata-lobos, que os faz lembrar que, segundo a lenda, o lobisomem desperta no outono. Jenny é a primeira a ler a sorte. Infelizmente, o vidente vê um pentagrama e pede que ela se retire imediatamente. No caminho para a carruagem, a moça é atacada por um lobo. Ouvindo seus gritos, Larry tenta salvá-la deixando Gwen para trás, mas também é atacado. Gwen o encontra ferido e pede ajuda a uma cigana para leva-lo para casa. A polícia é chamada para investigar o caso. Jenny é encontrada morta, o vidente também é encontrado morto e descalço, ferido por um objeto pontiagudo e ao seu lado está um castão com desenho de lobo. Larry agora precisa provar que viu e matou um lobo e não o vidente por engano.
Mariana Castro de Souza
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS
Tema: Lenda urbana
Contém: Violência leve, baixa tensão

O MONSTRO DA LAGOA NEGRA
Creature from the Black Lagoon, EUA, 1954, Terror, 79 minutos
Direção: Jack Arnold
Elenco: Richard Carlson, Julie Adams, Richard Denning
Durante milhões de anos o planeta Terra passou por diversas transformações, o que permitiu o surgimento de diferentes formas de vida. Em um depósito de calcário da Amazônia, um estranho ser do período Devoniano é encontrado enterrado pelo Professor Carl. Pelas características, é um ser de vida aquática. Carl procura o Instituto de Biologia Marítima Brasileiro e pede a David Reed e Kay, seus colegas ictiólogos, que identificassem o animal. Embora não soubessem identificá-lo, o grupo do Instituto de Biologia Marinha mostra grande interesse em fazer uma expedição para encontrar o restante do fóssil e iniciar suas pesquisas. Acreditam que essa é uma das primeiras espécies que evoluiu a ponto de sobreviver no mar e na terra.
A expedição inicia. O grupo vai até Manaus, subindo o rio até a escavação de calcário. Ao chegarem no acampamento, encontram os vigias Luis e Tomas mortos, atacados por uma criatura selvagem. Após 8 dias de escavações sem sucesso, levantam a teoria de que, se antigamente essa região fosse alagada, era possível encontrar mais fósseis na famosa Lagoa Negra, que é pouco explorada. Para comprovar a teoria, o grupo vai de barco até a lagoa, Mark e David mergulham para buscar pedras que possam ter idade semelhante ao fóssil. Enquanto os homens fazem os testes com as pedras recolhidas, Kay decide nadar na exótica lagoa. Ao retornar para o barco, uma estranha criatura fica presa na rede de pesca, mas consegue fugir. A destruição causada pelo animal e o pedaço de seu corpo que ficou preso à rede deixam os pesquisadores intrigados. Que tipo de animal teria tal força e poder de destruição?
Mariana Castro de Souza
LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS
Tema: Pesquisa científica
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