Cineclube CDCC – Programação de Março

O escritor Jack Torrance passa por um bloqueio criativo. Ele aceita, então, um emprego de zelador no luxuoso Hotel Overlook, do qual deverá tomar conta durante o inverno, já que, devido ao rigor desta estação, o Hotel permanece fechado e completamente isolado. Esta é a situação perfeita para o escritor, que logo se muda para o Overlook com sua esposa Wendy e seu filho Danny. Jack, no entanto, ignora dois fatos, que o Hotel já foi palco de vários assassinatos e mortes, algumas envolvendo inclusive outros zeladores e que Danny é um “iluminado”, ou seja, possui dons paranormais que o permitem ver acontecimentos passados do local. A princípio, tudo corre bem para a família Torrance, mas logo o isolamento e a influência maligna do Hotel começam a transformar Jack.

Esta é, talvez, a adaptação mais controversa de um livro de Stephen King. Com direção de Stanley Kubrick, o filme é sempre citado como um dos melhores do gênero horror, devido, principalmente, à capacidade de assustar, ou no mínimo dar arrepios, com um terror bastante implícito, que foca muito mais na construção do clima do que no uso de cenas chocantes ou jump-scares.

Sucesso de crítica e de público, O Iluminado não conseguiu, no entanto, agradar o autor Stephen King, e consequentemente, vários de seus leitores, que criticam as mudanças feitas por Kubrick na história original e as atuações de Jack Nicholson, um louco desvairado, e Shelley Duvall, a típica donzela em perigo. Boa adaptação ou não, O Iluminado é, sem dúvida, um clássico do terror indispensável para fãs do cinema.

Felipe Augusto Hencklain

Paul Sheldon se tornou popular por escrever a série de romances baratos que leva o nome de sua protagonista, Misery. Apesar de ter ganhado muito dinheiro, Paul decide dar um fim a Misery, matando-a no final de seu último livro, e parte para o interior dos EUA para escrever o que ele chama de “livro de verdade”. No entanto, ele é apanhado por uma nevasca e sofre um grave acidente de carro. Paul é socorrido pela ex-enfermeira e fã incondicional de Sheldon e da série Misery, Annie Wilkes, que o leva para a casa dela. A mulher se mostra muito atenciosa, tomando conta dos ferimentos do escritor, afirmando que devido a nevasca, não é possível contatar o hospital. No entanto, tudo muda quando ela lê o recém-lançado livro de Misery, descobrindo que sua personagem favorita morreu. Annie, então, revela sua verdadeira personalidade, mantendo Paul como prisioneiro e torturando-o física e psicologicamente.

Louca Obsessão é uma das obras de Stephen King que podem ser chamadas de “fechadas”, ou seja, ambientadas em lugares pequenos e com poucos personagens. Nesse caso, passamos quase o tempo todo com apenas duas personagens, sem, no entanto, perder o interesse pela história. O clima é tão claustrofóbico e tenso, que podemos, nós mesmos, sentir o desespero de Paul Sheldon por estar perto de alguém tão imprevisível quanto Annie Wilkes. Esta, diga-se de passagem, é uma perfeita maluca, graças a brilhante atuação de Kathy Bates, que conseguiu romper uma antiga barreira ao se tornar a primeira a receber o Oscar de melhor atriz em um filme de terror. Após o sucesso de Louca Obsessão, Stephen King escreveu um livro especialmente para Kathy Bates, Eclipse Total, cuja adaptação foi protagonizada pela atriz mais uma vez.

Felipe Augusto Hencklain

Na Prisão Estadual de Shawshank, todos os presos são inocentes, ao menos é o que eles dizem. Mas um deles é diferente. Andy Dufresne era um jovem banqueiro de sucesso quando foi condenado a duas prisões perpétuas pelas mortes de sua mulher e do amante dela. No tribunal, ele afirmou que pretendia matá-los, mas desistira da ideia no meio do caminho e se livrara da arma. Com todas as provas contra ele, Andy é mandado para Shawshank, prisão disciplinada por guardas violentos e dirigida pelo religioso hipócrita Samuel Norton. O ex-banqueiro rapidamente faz amizade com Red, um preso que faz contrabando de objetos não perigosos para dentro da prisão. Com penas tão longas, os prisioneiros de Shawshank se acostumam e até começam a gostar do lugar, mas Andy é diferente, fazendo tudo que está ao seu alcance para mostrar que a liberdade e a esperança não podem ser esquecidas.

Considerada por alguns críticos como um dos melhores filmes americanos já feitos, a história de Andy Dufresne é uma ode à liberdade. Os personagens, mesmo os coadjuvantes como o velho Brooks, são tão bem construídos que nos apegamos a ponto de nos colocarmos nos lugares deles. O filme consegue transmitir o sentimento de institucionalização, do passar dos anos perdidos em uma prisão.

Um Sonho de Liberdade é baseado em um conto de Stephen King chamado Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank. Conhecido como Mestre do Terror, o autor mostra que também sabe fazer dramas muito bem. O longa foi indicado a sete Oscars, mas não levou nenhum, uma das maiores injustiças cometidas pela Academia. Frank Darabont e Stephen King refizeram a parceria em outro filme de temática parecida, À Espera de Um Milagre.

Felipe Augusto Hencklain